Numa véspera de ano novo, Zeferino ia de Campina Grande à João Pessoa no Maverick véio dele. Mal saiu de Campina, foi parado na Operação Manzuá(lto), a blitz-pedágio da polícia paraibana.
"Tomei no papeiro", pensou. O meio de transporte tava com uma ruma de impostos e taxas atrasados. Além disso, a lanterna traseira estava queimada e o pneu careca.
A autoridade perguntou-lhe:
- Tá indo pra onde?
- Pra João Pessoa.
- Pode dar uma carona?
- Posso sim.
Ele era doido de não dar...
O caroneiro entrou no carro, um policial de meia idade portando um calendário enorme de parede:
- Rapaz, olha que calendário arretado eu ganhei. Vou pendurar na parede da cozinha lá de casa.
- É mesmo.
A viagem transcorria de maneira tranqüila, apesar da pouca conversa do policial.
Depois de passarem pela cidade de Cajá, o guarda começou a suar frio e a mudar de cor. Tinha começado uma revolução no bucho do coitado. Um urubu começou a beliscar a cueca dele. Não aguentando mais o levante nos intestinos, suplicou:
- Ôme! Dê uma paradinha agora que preciso fazer um siuviço! urgente!
Zeferino parou o carro, procurou um papel higiênico no portas-luvas, mas não achou nada. Nem um lencinho ou uma flanela.
- Você vai ter que se virar com o calendário...
Com o calendário na mão, o policial danou-se a correr pro meio da mata.
Vinte minutos depois, aliviado e algumas centenas de gramas mais leve, o policial volta e a viagem prossegue.
- Rapaz, a coisa foi feia. Tive que usar todas as folhas do calendário. Agora, os bichos da mata vão ficar sabendo os dias e os meses.
Zeferino arrematou:
- Sorte sua que inventaram o ano com doze meses!
A GENTE JÁ CONHECE ESSA HISTÓRIA >> MÁRIO BAGGIO
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Como se a gente não soubesse o que ia acontecer, eu e a aleijada...
Sempre o mesmo, nos domingos à tarde: em fila, meninos de um lado, meninas
do outr...
Há 21 horas
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