5 de janeiro de 2008

Na hora do aperto, vai o que tiver na mão!

Numa véspera de ano novo, Zeferino ia de Campina Grande à João Pessoa no Maverick véio dele. Mal saiu de Campina, foi parado na Operação Manzuá(lto), a blitz-pedágio da polícia paraibana.

"Tomei no papeiro", pensou. O meio de transporte tava com uma ruma de impostos e taxas atrasados. Além disso, a lanterna traseira estava queimada e o pneu careca.

A autoridade perguntou-lhe:

- Tá indo pra onde?

- Pra João Pessoa.

- Pode dar uma carona?

- Posso sim.

Ele era doido de não dar...

O caroneiro entrou no carro, um policial de meia idade portando um calendário enorme de parede:

- Rapaz, olha que calendário arretado eu ganhei. Vou pendurar na parede da cozinha lá de casa.

- É mesmo.

A viagem transcorria de maneira tranqüila, apesar da pouca conversa do policial.

Depois de passarem pela cidade de Cajá, o guarda começou a suar frio e a mudar de cor. Tinha começado uma revolução no bucho do coitado. Um urubu começou a beliscar a cueca dele. Não aguentando mais o levante nos intestinos, suplicou:

- Ôme! Dê uma paradinha agora que preciso fazer um siuviço! urgente!

Zeferino parou o carro, procurou um papel higiênico no portas-luvas, mas não achou nada. Nem um lencinho ou uma flanela.

- Você vai ter que se virar com o calendário...

Com o calendário na mão, o policial danou-se a correr pro meio da mata.

Vinte minutos depois, aliviado e algumas centenas de gramas mais leve, o policial volta e a viagem prossegue.

- Rapaz, a coisa foi feia. Tive que usar todas as folhas do calendário. Agora, os bichos da mata vão ficar sabendo os dias e os meses.

Zeferino arrematou:

- Sorte sua que inventaram o ano com doze meses!

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