25 de janeiro de 2008

Pergunte a Madame Ke

Caríssima Madame,

Eu tenho um amigo que é professor, separado, quase-tiozão, gente boa, e que tem umas das manias mais estranhas que eu já vi: colecionar tatu. Isso mesmo: tatu. Já pensou?

Na casa dele, há tatus de madeira, ferro, plástico, pedra-sabão, entre outros materiais, e de tudo que é tamanho e cor. Quando venta, há uns que balançam o rabinho e, outros, a cabeça. É tatu na estante, no quarto, na sala, na cozinha, até no banheiro! O grande sonho da vida dele é encontrar um tatu de pelúcia pra dormir abraçadinho com ele. Opraí!

Ó inenarrável Madame, que mania da bexiga é essa? Só você pode decifrar este mistério...

Teu eterno fã,
Zé Budega



(Ao som dos clarins de Momo, Madame Ke responde):

Prezado consulente Zé Budega,

Percebo pelo seu interesse de (a)cunho altruísta que você realmente preza essa amizade e se preocupa com o bem-estar do seu amigo.

Antes de qualquer coisa, já que se trata de um cidadão que avança nos anos, previna-o imediatamente sobre o risco de comer tatu. Como já dizia o saudoso filósofo PicaDinho, “Comer tatu é bom, pena que dá dor nas costas.” Isso posto (no sentido agasalhador do termo), diria que essa empreitada exigirá bastante de você, prezado consulente, pois se trata de um distúrbio psíquico bastante grave e raro: constam pouquíssimos casos nos anais, bastante doloridos pelos recorrentes manuseios, da medicina psiquiátrica.

Consciente da sua dura, porém justa (por enquanto...) demanda, muna-se de todo o seu afeto, paciência e perseverança, caro consulente, porque a chapa (não aquela que dorme no copo d´água) vai ferver. Em verdade vos digo e dou fé.

Livrar um indivíduo nessa idade de um vício desse porte não é coisa para amadores, mas sim para iniciados, entendidos como aparenta ser você, prezado Budega. Pois bem, arregace as péias e comece com a parte manual: jogue fora toda essa parafernália de tatus, essa cacarecada toda que só vai agravar mais e mais a enfermidade em questão.

O que conta a seu favor é que dificilmente seu amigo encontrará nas lojas de brinquedos um tatu de pelúcia. Nem a Lionella salva, fio. No entanto, evite que seu amigo vá às feiras livres no interior: aí sim é mais fácil encontrar tatus in natura, empalhados, em telas e em outros formatos que se mostrarão tão ou mais perniciosos quanto os já existentes na coleção do seu parceiro.

Para você ter uma idéia do caráter destrutivo e homofrenético (ui, Leiloca!) dessa doença, revelarei uma informação a qual poucas pessoas têm acesso. Você sabia, José Budega, que o tatu é um animal em cuja ninhada só existem animais do mesmo sexo? Não sabia? Pois é, numa ninhada só haverá machos ou fêmeas, nunca os dois. Essa peculiaridade da natureza revela a incapacidade, desde a tenra infância, de relacionamento com seres do sexo oposto, daí, partindo dos pressupostos freudianos, a explicação para o casamento (suponho que heterossexual) desfeito do seu companheiro.

Por mais difícil que essa moléstia se apresente, caro Zé, não desista. O seu empenho em tirar o seu amigo dessa vida maníaco-depressiva logrará êxito porque não há nada que o amor, a fraternidade entre amigos e a ternura de um bafo quente na nuca não possam superar. Como diria o filósofo contemporâneo Tonho da Manjuba, “É dando que se recebe, não adianta reclamar depois!”.

Atenciosamente,
A Divina, Etérea e Incomensurável,

Madame Ke, A Lenda, O Mito.

Madame Ke é uma personagem mítica, diáfana e refratária que desvenda os mistérios e segredos do ser humano com a graça e a ternura de que apenas as Deusas são capazes.
Mandando o politicamente correto às favas, abra seu coração! Pergunte que Madame responde.



Réplica de Zé Budega:

Caríssima Madame,

Tá me estranhando, é?

Apesar de ser um bicho muito do peba, eu sou que nem eles, os tatus: gosto de escavacar buraco, não de ser escavacado! E não é em qualquer buraco que me meto não, ó!

Zé Budega

21 de janeiro de 2008

O Funk do Ariano Suassuna

Pra você se ligar no funk, rapaz!



Rutherford, Bohr...
Rutherford, Bohr...

Quem quiser assistir o original, clique aqui!

Você é Santa?

Estas duas aí estão bem resolvidas quanto à esta questão:

20 de janeiro de 2008

Igreja Ateísta no Domingo de Manhã

Quem disse que ateus não vão à Igreja?

18 de janeiro de 2008

Tabaco proibido nos motéis

Deram no JC:

Bares e restaurantes estarão livres do fumo

É proibido fumar. Isso é o que dirão os avisos em hotéis, bares, boates, restaurantes e motéis do Recife a partir de 12 de fevereiro, quando os estabelecimentos tornam-se livres do fumo. Um convênio entre a Secretária de Saúde, a Procuradoria Regional do Trabalho e a Vigilância Sanitária obriga o cumprimento da lei de número 9.294, de 1996, que proíbe o uso e a propaganda de derivados do tabaco em recinto coletivo, privado ou público. A fiscalização coincide com a ruidosa restrição de cigarros na França, que atingiu os famosos cafés parisienses, verdadeiros cartões postais da fumaça.

* * * * *

Aqui na Redação d'O Bacurau, a gente ficou tergiversando sobre quem iria fiscalizar o fumo nos motéis e como seria essa fiscalização. Seria depois ou durante a estadia do casal na alcova? Se o casal fumar no quarto, será dedurado pelo motel?

Madame Ke, de bate-pronto, comentou: "Se o fumo não entrar nos motéis, vão acabar fechando por falta de uso ou então só vai ter colação de velcro..."

Sem contar, que se proibirem mesmo o tabaco no motéis, só vai dar casal gay.

5 de janeiro de 2008

A Frase da Semana

Resposta de Tim Maia à pergunta "quais são seus planos para o ano novo?":

"Quero uma bunda nova, que a minha tá rachada!"

Na hora do aperto, vai o que tiver na mão!

Numa véspera de ano novo, Zeferino ia de Campina Grande à João Pessoa no Maverick véio dele. Mal saiu de Campina, foi parado na Operação Manzuá(lto), a blitz-pedágio da polícia paraibana.

"Tomei no papeiro", pensou. O meio de transporte tava com uma ruma de impostos e taxas atrasados. Além disso, a lanterna traseira estava queimada e o pneu careca.

A autoridade perguntou-lhe:

- Tá indo pra onde?

- Pra João Pessoa.

- Pode dar uma carona?

- Posso sim.

Ele era doido de não dar...

O caroneiro entrou no carro, um policial de meia idade portando um calendário enorme de parede:

- Rapaz, olha que calendário arretado eu ganhei. Vou pendurar na parede da cozinha lá de casa.

- É mesmo.

A viagem transcorria de maneira tranqüila, apesar da pouca conversa do policial.

Depois de passarem pela cidade de Cajá, o guarda começou a suar frio e a mudar de cor. Tinha começado uma revolução no bucho do coitado. Um urubu começou a beliscar a cueca dele. Não aguentando mais o levante nos intestinos, suplicou:

- Ôme! Dê uma paradinha agora que preciso fazer um siuviço! urgente!

Zeferino parou o carro, procurou um papel higiênico no portas-luvas, mas não achou nada. Nem um lencinho ou uma flanela.

- Você vai ter que se virar com o calendário...

Com o calendário na mão, o policial danou-se a correr pro meio da mata.

Vinte minutos depois, aliviado e algumas centenas de gramas mais leve, o policial volta e a viagem prossegue.

- Rapaz, a coisa foi feia. Tive que usar todas as folhas do calendário. Agora, os bichos da mata vão ficar sabendo os dias e os meses.

Zeferino arrematou:

- Sorte sua que inventaram o ano com doze meses!

4 de janeiro de 2008

Os Trapalhões e o casamento da filha do Faceta

Outra dos Trapalhões:

3 de janeiro de 2008

Corpo Fechado

Há muito tempo atrás apareceu uma cigana num dia de feira em Santa Cruz do Capibaribe, cidade do agreste pernambucano.

Chegou prometendo predizer o futuro e fechar os corpos dos matutos de tudo que é mal. E, é claro, faturar uma graninha fácil, engabelando os bestas.

Só que no caminho da cigana, havia Chico Neve, mais grosso do que papel de embalagem de cimento. Além disso, de besta, ele não tinha nada.

Chico foi ver a cigana e pagou adiantado pra ter o corpo dele fechado.

Depois de mil e uma mandingas e mugangas, ela falou pra Chico:

- Pronto! Seu corpo tá fechado!

Ao ouvir isto, Chico lascou um peido, daqueles de rasgar a prega Rainha:

- Ra-ta-ta-ta-tá!!

E disse:

- Oxe! Num tá não! Ainda tem um buraco aberto! Devolva meu dinheiro!

Pense num rebuceteio da gota!