28 de abril de 2005

Hoje é o Dia das Sogras!


É como onça!


Sogréia
Coronel Yanossauro


Bas noite! Como é que o sinhô tá? Bem? Se arrumando de novo ca patroa? Mas que maravia! Se assente aí pra nóis proseá! Ô essa minina! traz aí aquela cachaça azul aqui pro meu amigo prová! O sinhô prove essa, que meu amigo Cação troxe lá do Pioserão!

Oxe! mas o que é isso? O sinhô num me diga uma coisa dessa... Quer dizer que o seu irmão tá nessa situação? o negócio dele tá indo pras cucuia? Mas dá pra salvar arguma coisa? Nem a casa? Vai vender? Vôte! E ele já alugou um apertamento? Vige maria! Nem o do aluguel ele tem? E vai morar donde? Não! Peraí! O sinhô, que é home esclarecido, não vai deixar o seu próprio irmão fazê uma coisa dessa! Morar na casa da sogra? Homi... E ele é doido, é? Num sabe que não se mora na casa da sogra não?

Apois é como meu amigo Everaldo diz, com sabedoria de causa: Sogra é feito onça, todo o mundo tem que preservar, mas ninguem quer morar com ela. E seu irmão vai morar logo com a sogra dele? Num tem famia não que ajude, é? Oxe! Tá tudo apertado tumem? Marrapá... A vida dele vai ser um inferno, com a véia passando na cara dele cada grão de sal que ele comer, chamando ele de inútil, que não consegue nem arrumar um teto pra fia dela e os fios que ele fez, por que ele é um porco que suja tudo e num ajuda em casa, ele não vai poder drumi até tarde no domingo que ela vai chamar ele de preguiçoso, num vai poder acordar cedo por que é barulhento e estraga o sono dela, num vai poder comer pouco por que é enjoado, cospe no prato que come, num vai poder comer muito por que é um morta-fome, se tomar uma é por que é cachaceiro, se num beber nada é por que tá querendo parecer santo... A vida dele vai ser um inferno, dotô! Facissonão!

Oia, bora resorvê esse caso agora. Já que a famia dele num pode ajudá, ajudo eu: a casa aqui do Canadá num é muito grande não, mas dá pra gente arrumar uns 2 quartos prele e os minino. A gente vai dividino a feira e as despesas até quando Deus der bom tempo, aí ele arruma um canto prele, e eu pelo menos não vou cobrar aluguel nem peiticá ele por besteira. Tudo pra não ver um amigo sofrendo.

Agora vá ligar prele que eu vou inté a cozinha mandar as menina dá uma faxinada nos quarto pra esperar o pessoá!



Este texto também foi publicado no blog do Coronel, o Sogréia.

27 de abril de 2005

Nenhuma vitória no Brasileiro


Caderno de Esportes 1, São Raimundo 1
Ibsen Ramos

Como eu previ, os três times de rapariga de Pernambuco não se deram bem na largada do Brasileiro da Série B. Ninguém ganhou. Foram dois empates e uma derrota.

O Sport empatou fora de casa com um dos candidatos à lanterna do campeonato, o time do Seu Raimundo de Manaus. No fuderoso campeonato amazonense de 2005, o Seu Raimundo ficou com o vice-campeonato. O campeão foi desconhecido Grêmio Coariense que levou o caneco ganhando os dois turnos. A desculpa pra farrapada rubro-negra é que a chuva atrapalhou, a viagem é longa e o time ainda tá em formação. Por isso, teve rubro-neguinho na Ilha comemorando o resultado! Que decadência!

O Santa quase que apanha em casa pra o Paulista de Jundiaí (SP). O time tricolor repetiu o futebolzinho de corno que jogou contra o Cruzeiro. Achou o empate através de um gol cagado de falta de Carlito Bala no segundo gol. Ele bateu um falta na lateral do campo, cruzando a bola na área. Acabou errando o chute e acertando o gol, pois a bola passou por todo mundo e entrou. Pra alegria da galera, a sorte tricolor parece que tá de volta.

Mas quem deu vexame mesmo foi o Timbu. Levou uma pisa de 2 a 0 da comadre União Barbiense, outro candidato à lanterninha. O time da cidade de Santa Barbie de Oeste (SP) é tão ruim que foi rebaixado para a série A-2 do campeonato paulista. Nem o meu glorioso Íbis perde pra esse time. Pense num vergonha!

Resultados da primeira rodada:

Seu Raimundo/AM 1 x 1 Sport
Santa Cruz 2 x 2 Paulista/SP
União Barbiense/SP 2 x 0 Náutico



Ibsen Ramos tem um box no mercado da Madalena e é torcedor fanático do Íbis. Ele tem mestrado, doutorado e PhD em times de rapariga.

26 de abril de 2005

A meta da Globo é ser o sol


Economia e Negociatas




Em meio às comemorações dos 40 anos, a fuderosa Globo divulgou as metas de trabalho dela para as próximas quatro décadas.

Não contente em possuir no Brasil mais da metade da audiência de TV, emissoras de rádios e TV espalhados por todo o país, a maior produtora de cinema, uma editora, a Luana Piovanni, uma gravadora, vários jornais, empresa de TV por assinatura, portais na Internet e de abocanhar a maior parte do dinheiro gasto em publicidade no país, o novo desafio da Globo é substituir o disco solar pela sua logomarca.

A justificativa dada pelos executivos globais para esta meta super-ambiciosa é que, no entendimento deles, a globalização é um fenômeno social e cultural superado, mais véia do que a posição de cagar. "A onda agora é universalizar. É nisso que a Globo vai focar seus esforços nos próximos anos", disse um dos altos (2,03 m) executivos da empresa.

"Não nos falta fazer mais nada neste planeta. Já somos a cultura, a informação, a verdade e a vida. Só nos falta ser a luz. Por isso, vamos contratar o astro que falta no nosso elenco, o astro-rei, e aposentá-lo", revelou o todo-poderoso da empresa.

É melhor começar a trocar o dia pela noite...

23 de abril de 2005

Direção e cachaça


Pernambuco bebendo para o mundo
Giovanni Soares



Há 11 anos, eu tive a (in)felicidade de passar num concurso público aqui em Pernambuco. Fui trabalhar em Caruaru e o meu posto de trabalho ficava "lánacasdicarai". Portanto, eu tinha que chegar em Caruaru, esperar um motorista pra pegar um Jeep que me levasse "lánacasdicarai", já que só 4x4 poderia chegar naquelas serras (e às vezes ainda atolava e só trator tirava do canto), onde eu passava 10 dias direto e folgava 20.

Foi nessa que eu conheci Zé Gomes, motorista do referido órgão público. O cara parecia um Alfred E. Newman visto numa lente de aumento (pra quem não sabe, Alfred E. Newman é aquele baixinho da revista MAD), sempre de sorriso no rosto e um bafo de cachaça iningualável. Zé Gomes iria me levar (sempre) da sede, em Caruaru, em "seu" Jeep, que atendia pela alcunha de Jerôncio, até "lánacasdicarai".

A primeira vez que o cara me levou eu tive um sustozinho. Saímos da sede e já na frente o cara parou numa barraca e pediu uma "larguinha", na verdade um quartinho de cana devidamente engolido de uma única vez. Pra tira gosto o danado ainda pedia "uma lasquinha desse pão aí". Andamos mais uns 5 Km e foi outra "larguinha" e "uma lasquinha desse pão aí". E assim, de tantinho em tantinho até chegarmos "lánacasdicarai", passando pela trilha de enduro que separa Caruaru de São Caetano, entrando em uma porrada de tabuleiro de pirulito que o povo de lá chama de pista e subindo umas serras que mais pareciam ter saído de algum livro de história infantil. Uma mistura de montanha com sacarolha, com uma ribanceira do tamanho do mundo, que, pra não ver o carro rodando naquele barro que mais parecia uma barra (de sabão), Zé Gomes pegava Jerôncio, encostava no barranco do lado e acelerava.

O cara dirigia e era muito, num tinha aperreio, num tinha dia ruim, chuva, buraco que fizesse o cara sair da rota.

Certo dia, quando eu tava "lánacasdicarai", chega Zé Gomes pra me trazer de volta, com uma cara pálida, triste. Preocupado, fui perguntando o que era e ele:

- Rapaz, essa semana eu fui vestir uma camisa e olha pra isso (levantando a camisa mostrou um ferimento). Tinha uma porra de uma aranha na minha camisa que me arrombou, e agora num tô nem podendo beber.

Pense numa torada de aço descendo. O cara não sabia dirigir sóbrio não. Saiu tirando fino em todo mundo, quase mata duas galinhas, um boi, três velhinhas. Caminhão para ele era como se fosse uma moto, os postes atravessavam loucamente a pista enquanto ele desviava. Sei que foi um fuzuê tão ducarai, que só não cheguei em Caruaru todo cagado porque eu tava apertando tanto o oiti que por ali num passava nem pensamento. E o pior, como o cara não tava bebendo, nem parava nos botecos de sempre pra eu tomar umas pra aliviar o coracisco (cisco mesmo, já que ficava do tamanho do substrato do pó da bufa dum musquito).

Sei não, mas acho que tem gente que devia ser proibido de dirigir sóbrio!

Vixe, me lembrei disso deu logo uma sede da gota! Bota uma larguinha pra mim aí, siminino!




Giovanni Soares é ex-presidente do SINPAP (Sindicato dos Papudinhos). Este texto também foi publicado no blog do autor, Pernambuco Bebendo Pelo Mundo.

21 de abril de 2005

Acabou-se a semana Santa!


Caderno de Esportes 0, Manchete 0
Ibsen Ramos


Acabou-se o que era doce! O Santa Cruz estava invicto a 19 partidas, mas bastou enfrentar um time melhorzinho pra tomar no papeiro. Jogando contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil, o Tricolor ficou de quatro no Mineirão ontem à noite. E o time da raposa ainda perdeu um pênalti. Se não fosse o bom goleiro tricolor Cléber, a lavagem seria maior. Por conta disto, pra passar para a próxima fase, o time das três cores precisa ganhar por diferença de 5 gols ou de 4 a 0 pra decidir na disputa de pênaltis, ou seja, tá lascado! Nem com a bexiga!

Além da queda, o coice: a diretoria tricolor tava contando com a renda do jogo de volta pra diminuir o preju do Campeonato Pernambucano. Só que depois dessa lapada feiosa de ontem, o Imundão do Arruda vai ficar as moscas. Pensando bem, acho que nem as moscas vão aparecer, pois não sobrou uma no Recife depois que o Santa ganhou o Pernambucano. Pense numa catinga de naftalina! Mas nem tudo está perdido: resta o consolo de ter feito a quadra no Mineirão.

Se contra o Cruzeiro - moeda extinta - foi esse vexame, imagine só se jogasse contra o Real?

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Vergonha muito maior de grande passou o Vascu da Gama (RJ). Perdeu até as pregas em casa pro fuderoso Baraúnas, de Mossoró (RN), pegando o beco da Copa do Brasil. Quem manda ter um dirigente da qualidade de Furico Miranda? Taaaame!

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As três palavras mais pronunciadas nesta semana no Recife: Cruzeiro Papa Tricolor.

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No conclave de terça-feira, o alemão ficou em primeiro, Levice Culpi (técnico do Cruzeiro) em segundo e Burrinho Barrichelo quebrou...



Ibsen Ramos tem um box no mercado da Madalena e é torcedor fanático do ͍bis. Ele tem mestrado, doutorado e PhD em times de rapariga.

19 de abril de 2005

Tabajarba vira diretor do Íbis


Caderno de Esportes 2, Náutico 4


Na última sexta-feira, 15/04, o governador Tabajarba Vascãocelos recebeu no Palácio da Princesa a visita da diretoria do Íbis Sport Club do Recife. Na ocasião, o governador recebeu uma carteirinha de sócio do clube. Pra babar o ovo, o pior time do mundo elegeu por unanimidade o nome dele como sócio benemérito. Além disso, os conselheiros do clube (são dois) também aprovaram a proposta que dá ao governador o título de “Cidadão Ibiense”. Assim, Tabajarba passa a ocupar também a cadeira de diretor e vice-presidente de Futebol do clube.

O Íbis vive um momento delicado na sua história. O clube atualmente disputa a Série B do Campeonato Pernambucano, fazendo uma campanha que não condiz com as tradições ibienses. “Este ano está tudo dando errado. Em quatro partidas, ganhamos três e perdemos só uma. Desse jeito vamos perder a fama de pior time do mundo, o que seria um desastre para a nossa imagem”, disse o atual Presidente do Clube. “Por isso, viemos pedir ajuda ao governador, pois com a experiência que ele tem em piorar a saúde, a educação e a segurança, queremos que ele nos ajude a piorar de vez o nosso time e salvar a nossa imagem”, completou o dirigente.

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Num tá acreditando não? Clique aqui!

Os candidatos a Papa preferidos pelo povão


Caderno Internacional 2, XV de Campo Bom 0


18 de abril de 2005

Aí também já é demais também!


Sogréia
Coronel Yanossauro

Eita que alegria da peste! Pai Fábio de Oitibumaré aqui no meu alpendre de novo? Homi, se abanque aqui na cadeira de balanço! Ô essa minina, vai buscar ali drento aquela garrafa de Pitu antiga que o prefeito me mandou mais dois copos!

Mas Pai Fábio, o que é que o sinhô tá me dizeno?

Essa tambem é demais tambem da conta!

Quer dizer que a sogra desse seu criente disse uma vez que se alguma fia dela apanhasse do marido, ela ia ter tanta raiva que iria ter um treco, infartar, etc.? Que era capaz de morrer de raiva? Mas homi, essa é boa! E o que foi que o seu criente fez?

Peraí, e o que foi que o seu criente fez?

Homi, quer dizer que todo dia o cabra dá uma surra na mulé? Vôte! Aí tambem é demais tambem, Pai Fábio! Alguem tem que contar logo à véia antes que a moça morra de pancada, né? Colé o talufone dela?

Bora ligar logo, que se ela morrer inda hoje, dá tempo de enterrar amanhã de manhã, e o seu amigo já fica desincubido de dá a surra matinal na mulé dele!



Este texto foi também publicado no Sogréia, o blog do Coronel Yanossauro.

Série B 2005: o fumo vai entrar!


Caderno de Esportes 0, Santa Cruz 1
Ibsen Ramos

Se você, torcedor pernambucano, tem fé, reze! Mas reze mermo! De rocha! Apele pra tudo que é santo ou entidade que você conhece, pois a coisa anda feia para os times daqui. Não só pra a coisa, mas também para o gabiru e a minhoca do canal.

Pra quem tem fé de menos, a sugestão é acompanhar vôlei feminino, pois é bem mais interessante (é cada lapa de perna, visse?). Você corre risco de infartar e ir morar lá com Amaro Bocão, caso não largue o vício de futebol antes ou faça um checape no músculo que vibra (ui!) involuntariamente.

O futebol que se joga (?) nestas bandas é de doer o cunhão. Procetê uma idéia do campeonato “a nível de” ruindade, o melhor jogador do campeonato, eleito por uma TV local, foi Carlinhos Bala. Dá pra tu? Se os times do interior tivessem um tiquinho mais de organização, teriam levado o caneco que foi dado (literalmente) ao Santa Cruz por Náutico e Sport (não ao mesmo tempo).

Esse ano, pra fuder a tabaca de chola, seis times serão rebaixados para a Terceirona. Com o futebol que as três mocinhas do amô (papel, pinico e cocô) tão jogando, pense numa torada de aço!

2005 tem sido o ano do 100 ter nada do Sport: 100 time, 100 ganhar turno, 100 título, 100 moral, 100 vergonha e 100 pregas. A diretoria rubro-negra até que montou um time que no papel é dupriqui, trazendo uma ruma de gente boa: Rinaldo (artilheiro da série B em 2004), Lúcio, Sandro, Russo (hic! hic!), entre outros. Sem esquecer que já estavam no clube Seu Cleisson e Maizena (que decepcionado com os rumos do Sport, se candidatou a Papa, mas perdeu no conclave). Mesmo com um bom elenco e o apoio maciço da sofrida torcida, os galáticos de Luciano Pé-de-gelo Bivar jogaram um futebol de time de rapariga. Resultado: dois técnicos pegaram o beco e o fiasco no ano do centenário. Tem nada não: em 2105 tem mais.

Na Casa da Barbie, a coisa, ou melhor, o timbu, não foi diferente, fez feio tamém. Ao contrário da diretoria rubro-negra, a alvirrubra trouxe uma ruma de jogador perronha e um técnico que nunca ganhou nem disputa de par-ou-ímpar com adversário cego. O time foi um legítimo time de corno, perdendo uma tuia de pontos para os times pequenos. Se não fosse Kuki, a vergonha teria sido maior. Acabou ficando com o vice-campeonato, pra matar a saudade dos tempos da seca de títulos. Pra começar a série B, saiu Mauro Galvão e entrou Roberto Cavalo - que se não der certo no futebol, será treinador no Jóquei Clube. Como anda sem dinheiro nem pra comprar um caldo-de-cana e um bolo bacia, o clube de Rosinha e Silva não achou nenhum bom jogador que quisesse passar o ano sem receber salário.

Por último, o time do povo que gosta de uma cobra empurrada, o Santa Cruz. Depois de nove anos amargando vice-campeonatos, levou o caneco sem maior esforço. Conquistar o título foi mais fácil do que passar no vestibular da UNIVERSO. E pense numa festa! Recife fedeu a mofo e naftalina durante uma semana! Não sobrou uma muriçoca, traça, maruim ou barata vivas! Mas o engraçado mesmo foi ver os tricolores nas ruas com aquelas camisas de listras rosas, brancas e marrons.

O título de campeão do estado fez com que os tricolores pensem que o time é o ó do borogodó e que tá tudo beleza de Creuza. O perigo mora aí. O Santa é apenas um pouquinho menos ruim que os outros. Reforços, até agora, somente nas estruturas de sustentação do Imundão do Arruda - senão o pinicão iria ficar que nem o Coliseu de Roma.

É por essas e outras, negada, que as perspectivas na série B são sombrias, dada a periquitante situação dos nossos times. Para não cair esse ano, recomendo aos dirigentes do futebol pernambucano começarem a fazer promessa pra Ceça (aquela santa milagreira de Casa Amarela) de subir o morro de joelhos e de costas...



Ibsen Ramos tem um box no mercado da Madalena e é torcedor fanático do Íbis. De time ruim, ele entende, visse?