22 de novembro de 2007

Coluna do Conde Ziggy

Inspiração...

Lembranças, devaneios, desejos...


Conde Ziggy

Como morávamos distante um do outro e pouco tempo nos sobrasse do cotidiano não tomado pelo trabalho e pelos afazeres regulares que nos consomem a vida, nos valíamos do telefone para matarmos alguma saudade e mantermos acessa a chama do querer com discretas insinuações e, porque não dizer, provocações.

Lembro-me bem. Naquele dia fazia um calor insuportável e eu me esbaforia às voltas com o único condicionador de ar de minha casa na assistência técnica que, além de não deixar um aparelho como serventia temporária no lugar do outro, insistia em protelar-me a entrega do bendito dizendo ser o atraso culpa do fabricante que se demorava em repassar as peças devidamente encomendadas.

Ela, em tom de ironia, disse-me que o suor estava a escorrer-lhe pelo pescoço e que eu imaginasse, com olhos fechados, a gota a percorrer-lhe o corpo, já que estava nua, e que, se o desejasse, fizesse na mente igual trajetória. Confesso: estupendo!

Nada comentei a respeito. Apenas disse-lhe que me levasse ao banho com ela...

Confidenciou-me que, desde que me conhecera, seus banhos eram sempre assim...

Aí, não deu outra! Na primeira oportunidade, espiei-lhe em pêlo sob o chuveiro. Ela deixara, propositadamente, a título de convite, a porta aberta. Deliciei-me com aquela visão por alguns instantes, depois me despi. Fui recebido com um largo sorriso e com um delicioso roçar de unhas em minha nuca... Seus olhos brilhavam... Fixos em mim!

Beijou-me delicadamente a face e vigorosamente o pescoço. Então, maliciosamente, virando-se de costas, ofereceu-me suave contato com suas ancas. Trazia no rosto uma expressão marota.

Tomando-me as mãos sobre os seus seios, fez-me apertá-las fortemente contra si. Trincava os dentes, mordia os lábios e aspirava lenta e ruidosamente o ar pela boca semi-cerrada.

O encaixe foi perfeito. Corpos ardentes, apesar da água – que já não mais sentíamos, nem nos importava. Colocou-se na ponta dos pés e, então, sentimos todo o prazer de estarmos tão juntos um do outro... Presenteou-me...

Esquecemos as torneiras abertas...



Nota do Editor: Ziggy, se este conto erótico foi autobiográfico, explica aí direito de quem eram essas "torneiras abertas"...

Nenhum comentário: